O que é?
O câncer anal é um tipo raro de câncer que ocorre no canal anal (porção final do intestino, que mede de 2,5 a 4 cm e liga o reto à parte externa do corpo) e nas bordas externas do ânus. O tipo mais comum é o carcinoma epidermóide (CEC), responsável por 85% dos casos.
Fatores de risco
- Algumas infecções, como as causadas pelo HPV e pelo HIV;
- Infecções sexualmente transmissíveis (IST), como condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia;
- Múltiplos parceiros sexuais;
- Sexo anal;
- Tabagismo;
- Drogas ou condições que suprimem o sistema imunológico;
- Condições precárias de higiene;
- Fístula anal crônica não tratada.
Sintomas
- Sangramento vivo, associado ou não à evacuação;
- Dor na região anal;
- Prurido anal (coceira);
- Feridas na região anal;
- Secreção anal;
- Estreitamento das fezes;
- Incontinência fecal (impossibilidade para controlar a saída de fezes).
Diagnóstico
Inicialmente procede-se o exame físico com inspeção da região anal e exame de toque (e, em alguns casos, a anuscopia). O diagnóstico é confirmado com a realização de uma biópsia (retirada de fragmento do tecido tumoral). A colonoscopia é realizada como exame complementar para avaliar o intestino grosso. Outros exames, como ressonância magnética, podem ser solicitados para determinar a extensão do tumor e auxiliar na escolha do tratamento.
Tratamento
O tratamento a ser realizado para o câncer anal depende do estágio no qual o câncer foi diagnosticado e das condições clínicas do paciente. Na maioria dos casos, o câncer anal é tratado com a combinação de quimioterapia e radioterapia e o paciente não precisa ficar internado.
O tratamento cirúrgico do câncer de canal anal é bastante restrito, sendo utilizado apenas em estágios muito iniciais (remoção de pequenos tumores) ou nos casos de doença muito avançada, quando pode ser necessário retirar a porção final do intestino e realizar uma colostomia.
Prevenção
A prevenção do câncer anal é algo que não está totalmente claro e definido, mas algumas recomendações são bastante importantes:
- Praticar sexo seguro. Ter múltiplos parceiros sexuais aumenta o risco de infecção pelo HPV, aumentando o risco de câncer anal. A relação sexual por via anal também aumenta o risco de ocorrência.
- Parar de fumar. Fumar aumenta o risco de câncer anal. Os fumantes são mais propensos a desenvolver este tumor que os pacientes que não fumam.
- Vacina contra o HPV. A vacinação é uma importante forma de prevenção, uma vez que o vírus do HPV está envolvido na gênese do câncer anal. A vacina para o HPV é fornecida gratuitamente para meninos e meninas pré-adolescentes e para pessoas que vivem com HIV, dependendo da idade. Também é possível se vacinar na rede particular.
O que é?
O câncer de intestino abrange os tumores do intestino delgado e do intestino grosso (que é dividido em cólon e reto). Os tumores no intestino delgado são raros porém, os tumores do cólon e do reto são os mais frequentes do aparelho digestório e o segundo tipo de câncer mais comum tanto em homens quanto em mulheres.
O tipo mais comum é chamado de adenocarcinoma e tem origem na mucosa que reveste o intestino por dentro. A maioria começa a se desenvolver a partir de pequenas lesões chamadas pólipos adenomatosos que, apesar de benignas, são lesões precursoras do câncer (é por isso que os pólipos removidos durante uma colonoscopia são enviados para biópsia).
Fatores de risco
- Idade superior a 50 anos;
- História pessoal de câncer colorretal ou pólipos;
- História familiar de câncer colorretal e pólipos;
- Doenças inflamatórias intestinais (Ex. Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa);
- Síndromes hereditárias (Ex. Síndrome de Lynch e Polipose Adenomatosa Familiar – PAF);
- Dieta pobre em fibras e com excesso de gordura de origem animal e alimentos processados;
- Sedentarismo
- Obesidade
- Tabagismo
- Alcoolismo
Sintomas
Geralmente o câncer de cólon não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, mas, à medida que o tumor cresce, pode causar sangramentos, alteração do funcionamento do intestino e obstrução intestinal. Os sintomas mais comuns são:
- Mudança do hábito intestinal, incluindo diarreia ou constipação ou alteração na consistência das fezes;
- Presença de sangue nas fezes;
- Desconforto ou dor abdominal persistente;
- Anemias, fraqueza e cansaço;
- Perda de peso inexplicável.
Diagnóstico
A realização de colonoscopia em todas as pessoas acima dos 45 anos, independentemente da presença de sintomas, é fundamental para o rastreamento do câncer de cólon e detecção precoce da doença. A confirmação do diagnóstico requer a realização de uma biópsia (retirada de pequeno fragmento da lesão para análise), que é feita no momento do exame colonoscópico.
Uma vez diagnosticado o câncer de cólon, o próximo passo é a realização de exames para estadiamento da doença, isto é, identificar a sua extensão para gânglios e para outros órgãos (as chamadas metástases). Para isso são realizados exames de sangue e exames de imagem como tomografias, ressonâncias magnéticas e, em alguns casos, o PET – CT. O principal órgão para o qual o câncer de cólon costuma dar metástases é o fígado.
Tratamento
O tratamento do câncer de cólon envolve cirurgia e quimioterapia. A escolha de cada método a ser utilizado depende do momento no qual foi diagnosticado o câncer.
A cirurgia é necessária em praticamente todos os casos e baseia-se na remoção da parte doente do intestino grosso, com margens de segurança, incluindo os gânglios linfáticos da região. Atualmente, muitas cirurgias para tratamento de câncer de cólon são realizadas por videolaparoscopia ou cirurgia robótica, técnica que permite incisões menores e recuperação mais rápida. Quando a doença está em fases bem iniciais, a cirurgia pode ser a única forma de tratamento.
A quimioterapia, por sua vez, pode ser realizada antes da cirurgia (a chamada terapia neoadjuvante) ou após o procedimento cirúrgico (terapia adjuvante). A primeira é mais utilizada quando o tumor já está mais avançado e/ou com metástases ao diagnóstico e visa reduzir o tumor, facilitando o ato cirúrgico. A segunda geralmente é aplicada caso o câncer tenha se espalhado para os linfonodos, ajudando assim a reduzir o risco de recorrência da doença.
O que é?
O câncer de esôfago (órgão muscular semelhante a um tubo que comunica a garganta com o estômago) é o quinto tumor maligno mais frequente do trato gastrointestinal. Geralmente acomete pessoas entre 50 e 70 anos de idade e é mais comum em homens do que em mulheres.
Existem dois tipos principais de câncer de esôfago: o adenocarcinoma, que começa nas glândulas desse órgão e está associado à doença do refluxo e ao esôfago de Barret *; e o carcinoma de células escamosas, associado ao fumo e ao consumo de álcool.
*A doença do refluxo gastro esofágico (DRGE) é uma condição na qual o conteúdo do estômago, contendo suco gástrico, ácido clorídrico e enzimas digestivas, volta para o esôfago, causando azia e indigestão. Com o tempo, o refluxo repetitivo faz com que as células da mucosa (camada mais interna) da parte inferior do esôfago sejam substituídas por células parecidas com as do revestimento interno do intestino, de aspecto colunar. Essa condição é chamada de esôfago de Barret e é uma considerada uma lesão pré-maligna, que precisa ser avaliada e acompanhada por um médico.
Fatores de risco
Fatores que causam irritação crônica nas células do esôfago aumentam o risco de câncer e incluem:
- Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e esôfago de Barret;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Consumo frequente de bebidas muito quentes como chimarrão, chá e café;
- Consumo de carnes processadas;
- História pessoal de tumores de boca, garganta ou pulmão;
- Infecção pelo HPV;
- Lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer- Vinson (deficiência de ferro).
Sintomas
Nos estágios iniciais o câncer de esôfago não costuma apresentar manifestações clínicas. À medida que o tumor cresce, passa a apresentar sintomas como:
- Dificuldade ou dor para engolir;
- Perda de peso;
- Dor ou aperto no peito e sensação de queimação;
- Perda de apetite;
- Tosse ou rouquidão;
- Vômitos;
- Soluços persistentes;
- Fezes escuras.
Diagnóstico
O exame que confirma o diagnóstico do câncer de esôfago é a endoscopia com biópsia (retirada de uma amostra de tecido tumoral para análise). Para avaliar o estágio do tumor, isto é, sua profundidade e disseminação para gânglios e outros órgãos, são realizados outros exames como: tomografia de tórax e abdome e PET – CT. E alguns casos o médico pode solicitar ainda ecoendoscopia e broncoscopia.
Tratamento
O tratamento do câncer de esôfago é baseado no tipo de células que deram origem ao tumor, no estágio do câncer, na localização do tumor e na condição clínica do paciente. O tratamento é multidisciplinar e envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia, de forma isolada ou combinada.
A cirurgia é a principal modalidade de tratamento com intenção curativa para a maioria dos casos de câncer de esôfago e visa remover o órgão com margem de segurança e retirar os gânglios linfáticos adjacentes. Atualmente, a cirurgia é realizada por laparoscopia ou cirurgia robótica; a cirurgia aberta é realizada com pouca frequência, mas ainda pode ser necessária nos casos de tumores grandes.
A cirurgia pode ser associada à radioterapia e à quimioterapia, antes ou após o procedimento cirúrgico, principalmente quando o tumor for grande e houver risco de sua disseminação.
O tratamento mais frequentemente empregado, quando o objetivo é a cura, é a realização de quimioterapia associada a radioterapia (terapia neoadjuvante) seguida de cirurgia.
Em pacientes com tumores do tipo carcinoma espinocelular localizados no segmento superior do esôfago, isto é, mais próximo à garganta, o tratamento costuma ser realizado apenas com quimioterapia e radioterapia, sem associar cirurgia.
Em pessoas com câncer avançado, o tratamento tem caráter paliativo (sem finalidade curativa) e, nesses casos, a quimioterapia pode ser aplicada exclusivamente para ajudar a aliviar os sinais e sintomas causados pelo câncer. A radioterapia também pode ser realizada para aliviar complicações do câncer de esôfago avançado, como nos casos de obstrução ou sangramento. Outras opções de tratamento paliativo incluem as dilatações endoscópicas e a colocação de próteses autoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago)
O que é?
O câncer que se desenvolve no fígado pode ser primário, ou seja, origina-se no próprio órgão, ou pode ser secundário (metastático), quando tem origem em tumores de outros órgãos como cólon, pâncreas e mama e, com a evolução da doença, atinge também o fígado.
Dos tumores primários do fígado o mais comum é o carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma que se origina nas células hepáticas (hepatócitos). Costuma ser um tumor agressivo e corresponde a cerca de 80% dos casos de tumores malignos do fígado. Outros exemplos de cânceres primários de fígado são o colangiocarcinoma (que se origina nas células dos ductos hepáticos), o angiossarcoma (tumor raro que se origina nos vasos sanguíneos do fígado) e o hepatoblastoma (que acomete principalmente recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida)
Os tumores hepáticos metastáticos são mais frequentes que os tumores primários do fígado, entretanto aqui falaremos apenas dos tumores primários, em especial, o carcinoma hepatocelular.
Fatores de risco
Os fatores que aumentam o risco de câncer primário do fígado incluem:
- Infecção crônica pelo vírus da hepatite B (VHB) ou da hepatite C (VHC);
- Cirrose (doença progressiva do fígado que está associada ao alcoolismo ou à Hepatite crônica) aproximadamente 50% dos pacientes com Hepatocarcinoma têm cirrose;
- Consumo excessivo de álcool;
- Doenças hereditárias do fígado (Exemplo: hemocromatose e doença de Wilson);
- Doença hepática gordurosa não alcoólica, também chamada de esteatose;
- Exposição crônica à arsênio, solventes e fumos de solda (trabalhadores da indústria de plástico; mecânicos de veículos a motor, agricultores).
Sintomas
A maioria das pessoas não tem sinais e sintomas nos estágios iniciais do câncer primário do fígado. Quando aparecem, eles podem incluir:
- Perda de peso;
- Perda de apetite;
- Dor abdominal localizada no quadrante superior direito;
- Náuseas e vômitos;
- Fraqueza geral e fadiga;
- Aumento do volume abdominal;
- Coloração amarela na pele e nos olhos (condição chamada de icterícia);
- Fezes brancas e claras;
- Urina com cor escurecida.
Tratamento
O tratamento para o câncer primário do fígado depende da extensão (estágio) da doença e condição clínica do paciente. Pode ser realizado através de cirurgia, transplante, procedimentos percutâneos, radioterapia ou quimioterapia.
Cirurgia
Quando o tumor é pequeno e não se espalhou, ele pode ser removido por cirurgia ou pode ser realizado um transplante de fígado.
A cirurgia é o único tratamento potencialmente curativo para o carcinoma hepatocelular. Infelizmente, apenas aproximadamente 15% dos carcinomas hepatocelulares são passíveis de tratamento cirúrgico.
Tratamentos percutâneos
Uma opção cada vez mais utilizada em pacientes que, por algum motivo, não podem ser submetidos ao tratamento cirúrgico. A ablação por radiofrequência consiste na inserção de agulhas especiais através da pele até o tumor para que ocorra a destruição das células tumorais por calor. Já na quimioembolização, partículas carregadas com quimioterápico ou material radioativo são injetadas nos vasos que irrigam o tumor através de cateterismo, bloqueando os vasos sanguíneos que o irrigam e impedindo seu crescimento.
Radioterapia
A radioterapia nos tumores hepáticos é limitada pela baixa tolerância do parênquima hepático à radiação. A utilização de equipamentos mais modernos de radioterapia permite melhores resultados com menos efeitos colaterais.
Quimioterapia
Novas medicações quimioterápicas têm apresentado resultados muito promissores no tratamento do carcinoma hepatocelular. A quimioterapia pode ser utilizada como tratamento exclusivo ou antes de uma cirurgia. Pode ser administrada tanto na forma endovenosa quanto por via oral.
Prevenção
A prevenção do câncer de fígado está diretamente relacionada à prevenção da cirrose.
- Evitar bebidas alcoólicas. A ingestão de álcool está diretamente relacionada à ocorrência de cirrose e esteatose hepática.
- Evitar o sobrepeso e a obesidade. A esteatose hepática está diretamente relacionada ao excesso de peso, além da obesidade ser fator de risco para diversos outros tumores.
- Controlar, de forma adequada, doenças metabólicas. A diabetes e a dislipidemia são fatores de risco para o câncer de fígado, cuidar dessas doenças é também prevenir o câncer.
- Vacinação contra a hepatite B. O risco de contrair a hepatite B reduz de forma significativa em pacientes vacinados e ela pode ser aplicada a praticamente qualquer pessoa, incluindo bebês, idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
- Tomar medidas para evitar a hepatite C. Não existe vacina para hepatite C, mas o risco de infecção pode ser reduzido. Pratique sexo seguro. Não compartilhe agulhas e seringas. Sempre se preocupe com os cuidados de higiene em locais como salões de beleza e lojas de tatuagem.
O que é?
O câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, é, no Brasil, o terceiro tipo de câncer mais frequente entre os homens e o quinto entre as mulheres. Acomete principalmente homens com idade entre 50 e 70 anos.
O tipo mais comum é o adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos. Pode se desenvolver em qualquer parte do estômago e, geralmente, se inicia na camada mais interna do órgão, conhecida como mucosa gástrica. Nos últimos anos, tem sido observado um aumento no número de casos de câncer de estômago que se localizam na transição entre o final do esôfago e o começo do estômago – região chamada de junção esofagogástrica. Os tumores nessa localização têm uma forte relação com história crônica de refluxo gastroesofágico e, algumas vezes, podem apresentar comportamento e serem tratados como câncer de esôfago.
Um dos principais fatores de risco para o câncer gástrico é uma bactéria conhecida como Helicobacter pylori, que é detectada em aproximadamente metade da população mundial e, na maioria dos casos, não causa sintomas. No entanto, em cerca de 5% das pessoas contaminadas, ela causa uma inflamação crônica e recorrente no estômago que, com o tempo, pode evoluir para câncer. É importante ressaltar que, a presença da bactéria pode aumentar o risco, mas isso não quer dizer que a pessoa terá necessariamente câncer de estômago.
Outros tipos de tumores que também podem ocorrer no estômago incluem os linfomas, sarcomas e o tumor estromal gastrointestinal, conhecido como GIST.
Fatores de risco
Os fatores que aumentam o risco de câncer de estômago incluem:
- Consumo excessivo de sal (incluindo conservas e defumados);
- Histórico familiar de câncer de estômago;
- Infecção por Helicobacter pylori;
- Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa;
- Tabagismo;
- Condições pré-cancerígenas da mucosa gástrica como gastrite atrófica e metaplasia intestinal;
- Obesidade;
- Síndromes familiares de câncer (Exemplo: Síndrome de Li-Fraumeni e câncer gástrico familiar).
Sintomas
Os sintomas do câncer de estômago podem ser inespecíficos e costumam parecer um quadro de gastrite ou úlcera, o que, muitas vezes leva a uma demora na procura de auxílio médico e, consequentemente, atraso no diagnóstico. Alguns sintomas comumente observados são:
- Perda de peso;
- Perda de apetite;
- Empachamento e sensação de peso no estômago;
- Queimação ou desconforto abdominal persistente;
- Náuseas e vômitos;
- Dificuldade ou dor para engolir;
- Cansaço e fraqueza;
- Anemia.
Na presença desses sintomas, um médico sempre deve ser consultado, e o uso de medicação não deve ser realizado sem a orientação médica.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer gástrico é feito pela endoscopia digestiva alta, exame que permite não apenas visualizar o esôfago e o estômago mas também realizar biópsias para determinar qual o tipo de tumor.
Caso o diagnóstico de câncer seja confirmado, serão realizados outros exames como tomografia computadorizada de abdome, pelve e tórax para que se possa estadiar a doença, isto é, avaliar se o tumor está localizado apenas no estômago, se espalhou para os gânglios linfáticos ou se já atingiu outros órgãos como fígado, pulmões e peritoneo (membrana que reveste os órgãos e a cavidade abdominal).
Em alguns casos pode ser solicitado o PET – CT e, quando o câncer parece estar em estágio mais inicial, pode ser solicitada a ultrassonografia endoscópica ou ecoendoscopia (exame semelhante à endoscopia digestiva alta, porém com um aparelho de ultrassom na extremidade que permite avaliar com mais precisão a profundidade da lesão e o acometimento de gânglios).
Tratamento
O tipo de tratamento para o câncer de junção esofagogástrica ou câncer de estômago depende do estágio do câncer e da condição clínica do paciente, sendo possível ser realizado por meio de cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
A cirurgia é sempre o tratamento curativo de escolha para o tratamento do câncer de estômago, podendo ou não ser associada a quimoterapia e radioterapia. O procedimento cirúrgico pode ser feito através de um corte na barriga (laparotomia) ou através de técnicas mais modernas como laparoscopia ou cirurgia robótica. Na cirurgia é realizada a retirada total ou parcial do estômago (a depender da localização e subtipo do tumor) e dos gânglios que ficam próximos ao estômago.
A quimioterapia pode ser feita antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante) para ajudar a diminuir o tumor, desse modo, visando que este possa ser removido com melhores resultados; e também pode ser realizada após a cirurgia (quimioterapia adjuvante) para matar quaisquer células cancerígenas que possam permanecer no corpo. A quimioterapia pode ser combinada com a radioterapia.
Nos tumores mais iniciais e sem envolvimento de gânglios, a quimio e radioterapia não costumam ser utilizadas, podendo-se realizar somente a cirurgia ou, nos casos extremamente precoces, apenas ressecções por endoscopia.
No câncer de junção esofagogástrica, a radioterapia e a quimioterapia são tipicamente utilizadas ao mesmo tempo (quimiorradioterapia), na maioria das vezes, antes da cirurgia.
- Câncer inoperável ou metastático
Nas situações em que há metástases (câncer espalhado para outros órgãos) o tratamento é paliativo, isto é, tem como objetivo aliviar ou evitar sintomas, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida.
A escolha do tipo de tratamento paliativo vai depender principalmente dos sintomas e das condições clínicas do paciente.
A quimioterapia paliativa pode desacelerar o crescimento do tumor, prolongando a sobrevida e melhorando a qualidade de vida.
As cirurgias também podem ser utilizadas de forma paliativa no tratamento do câncer gástrico avançado com a finalidade de aliviar sintomas ou complicações como obstruções do trânsito intestinal e sangramento tumoral. A radioterapia, assim como os métodos de radiologia intervencionista (embolizações) também podem auxiliar no controle de sangramentos.
- GIST gástrico
O tratamento dos tumores estromais gastrintestinais costuma ser realizado com cirurgia e, dependendo do tamanho do tumor e de características histopatológicas, pode incluir o uso de medicamentos por via oral.
Prevenção
Medidas para reduzir o risco de câncer de junção esofagogástrica e câncer de estômago são:
- Exercícios. O exercício regular está associado a um risco reduzido de câncer de estômago.
- Comer mais frutas e legumes. Incorporar mais frutas e legumes na dieta a cada dia. Dieta rica em alimentos frescos está associada à redução do risco de câncer de estômago.
- Reduzir a quantidade de alimentos conservados em sal ou defumados. Sabidamente, a ingestão regular desses alimentos aumenta o risco de câncer de estômago.
- Parar de fumar. Fumar aumenta o risco de câncer de estômago, assim como muitos outros tipos de câncer.
- Perguntar ao médico sobre o risco de câncer gástrico. Existem diversas alterações do estômago e algumas condições clínicas que estão associadas à maior risco de ocorrência de câncer de estômago e da junção esofagogástrica como a gastrite atrófica e a doença do refluxo gastroesofágico. Nesses casos, a realização de endoscopia periódica e acompanhamento médico estão indicados.
O que é?
O reto é a parte final do intestino grosso. Ele começa logo depois do cólon e se conecta ao ânus, por onde saem as fezes. O câncer de reto tem características muito semelhantes às do câncer de cólon e, assim como este, costuma se originar em pequenos pólipos. O tipo mais comum é o adenocarcinoma.
Fatores de risco
- Idade superior a 50 anos;
- Dieta com excesso de carnes vermelhas e alimentos processados e pobre em fibras;
- História pessoal de pólipos e/ou câncer intestinal ou de outros órgãos;
- História familiar de câncer colorretal e pólipos;
- Doenças inflamatórias intestinais (Ex: Doença de Chron e Retocolite Ulcerativa);
- Síndromes hereditárias (Ex. Síndrome de Lynch e Polipose Adenomatosa Familiar – PAF);
- Sedentarismo;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Alcoolismo.
Sintomas
Os sintomas mais comuns do câncer de reto são:
- Sangramento nas fezes;
- Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
- Alteração na forma das fezes (geralmente muito finas);
- Desconforto abdominal;
- Sensação de vontade constante de evacuar ou de evacuação incompleta;
- Perda de peso e fraqueza.
Nem sempre esses sintomas são causados por câncer e também podem estar presentes em outras situações como: doença hemorroidária, verminoses, síndrome do intestino irritável e outras. Mas é importante que sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
Diagnóstico
A realização de colonoscopia em todas as pessoas acima dos 45 anos, independentemente da presença de sintomas, é fundamental para o rastreamento do câncer de cólon e detecção precoce da doença. A confirmação do diagnóstico requer a realização de uma biópsia (retirada de pequeno fragmento da lesão para análise), que é feita no momento do exame colonoscópico.
Uma vez diagnosticado o câncer de cólon, o próximo passo é a realização de exames para estadiamento da doença, isto é, identificar a sua extensão para gânglios e para outros órgãos (as chamadas metástases). Para isso são realizados exames de sangue e exames de imagem como tomografias, ressonâncias magnéticas e, em alguns casos, o PET – CT. O principal órgão para o qual o câncer de cólon costuma dar metástases é o fígado.
Tratamento
O câncer de reto é uma doença tratável e, frequentemente, curável. Há várias opções de tratamento e a escolha vai depender de vários fatores como: localização do tumor no reto, tamanho da lesão e se espalhou para outros órgãos.
O tratamento geralmente envolve cirurgia, podendo ou não ser associado a quimioterapia e radioterapia antes (neoadjuvante) ou depois do procedimento (adjuvante). Em outras situações, pode ser realizada apenas a quimioterapia e a radioterapia, sem cirurgia associada. Atualmente as cirurgias para câncer de reto costumam ser realizadas por videolaparoscopia ou por robótica, técnicas que permitem uma recuperação mais rápida e cortes menores. Em alguns casos pode ser necessária a realização de ileostomia ou colostomia (conhecidas como “bolsinha para a saída de fezes”), que pode ser provisória ou definitiva.
O que é?
O reto é a parte final do intestino grosso. Ele começa logo depois do cólon e se conecta ao ânus, por onde saem as fezes. O câncer de reto tem características muito semelhantes às do câncer de cólon e, assim como este, costuma se originar em pequenos pólipos. O tipo mais comum é o adenocarcinoma. O pâncreas pode ter tipos diferentes de tumores e, para cada um deles, existem tratamentos e comportamentos também bastante distintos. Infelizmente, o tumor mais frequente do pâncreas é o mais agressivo – trata-se do adenocarcinoma. Corresponde a 90% dos casos diagnosticados e raramente é detectado em seus estágios iniciais, o que acaba lhe conferindo pior prognóstico e limitando as opções de tratamento. O segundo tipo mais comum é o tumor neuroendócrino, correspondendo a cerca de 5% dos casos. Originam-se das células neuroendócrinas do pâncreas e possuem comportamento e tratamento diferentes. Falaremos a seguir a respeito dos Adenocarcinomas pancreáticos.
Fatores de risco
- Inflamação crônica do pâncreas (pancreatite);
- Diabetes;
- Histórico familiar de síndromes genéticas que podem aumentar o risco de câncer, entre elas a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, que causam a síndrome familial de mama e ovário e a síndrome de Lynch, causada por mutações nos genes MLH1 e MSH2, associada ao câncer colorretal;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Idade mais avançada ‒ a maioria dos casos é diagnosticada após os 65 anos;
- Histórico familiar de câncer de pâncreas.
Sinais e sintomas
Os sintomas mais comuns do câncer de pâncreas são:
Os sinais e sintomas mais comuns do câncer de pâncreas são:
- Dor no abdome superior que se irradia para as costas
- Perda de apetite ou perda de peso não intencional
- Diabetes de início repentino
- Trombose venosa
- Fadiga e cansaço
- Amarelamento da pele e dos olhos (icterícia)
- Urina escura e fezes claras
Tratamento
O tratamento para o câncer de pâncreas depende do estágio e localização do tumor no momento do diagnóstico, bem como da condição clínica do paciente. Pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação desses.
A cirurgia para remoção do tumor é a única opção que oferece uma chance real de cura para o câncer de pâncreas, mas nem sempre ela pode ser realizada. Os procedimentos cirúrgicos podem ser também utilizados no tratamento paliativo com a finalidade de aliviar os sintomas e as complicações decorrentes do tumor, como a obstrução da via biliar e a obstrução do duodeno, que impede a passagem dos alimentos.
A quimioterapia pode ser realizada como terapia complementar à cirurgia e pode ou não ser combinada com radioterapia. Os tratamentos de quimio e radioterapia podem ser realizados antes ou depois da cirurgia. Já nos casos mais avançados, a quimioterapia pode ser utilizada de maneira exclusiva, com intenção paliativa.
Prevenção
Alguns fatores importantes na prevenção do câncer de pâncreas são:
- Parar de fumar – O tabagismo é o principal fator de risco na ocorrência de câncer de pâncreas.
- Manter um peso saudável – A obesidade é um fator de risco importante para a ocorrência do câncer de pâncreas. Por isso, é fundamental manter um peso adequado e combinar exercícios diários com uma dieta saudável.
- Seguir uma dieta saudável – Uma dieta rica em frutas e legumes e alimentos integrais pode ajudar a reduzir o risco do câncer de pâncreas.
Aconselhamento genético – Deve ser considerado nos pacientes com histórico familiar de câncer no pâncreas ou em outros órgãos que possam estar associados a síndromes genéticas.